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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011



Lágrimas

As lágrimas que jorram de nossos olhos são reflexos do que sente nosso coração. Não poucas são as vezes que nos vemos banhados em lágrimas e, na maioria das vezes nem sabemos o porquê delas. Mas nesta reflexão vamos tentar entender a origem deste processo natural. Choramos de alegria, de emoção, de saudades, de tristeza e de angústia. Nem sempre aceitamos a ajuda daqueles que se prontificam em nos ajudar. Isso se explica pelo fato de se tratar dos nossos sentimentos mais profundos. Quando sentimos uma dor muito aguda, sentimos a necessidade de gritar, gesticular; é assim que se explicam nossos lagrimas, ou seja, quando nosso coração se alegra ou se aperta, resta apenas o alivio das lagrimas. Na minha infância, ouvia dizer que o liquido que saia das arvores eram suas lagrimas, que brotam de seu tronco quando ferida pelo homem. Contudo, essa capacidade de chorar é mais visível no homem, visto que este é o único capaz de medir seus sentimentos. Assim como as águas das chuvas servem para purificar e fertilizar o solo, assim também nossas lágrimas servem para purificar nosso coração e revigorá-lo para o dia-a-dia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011



Um olhar sobre a Cidade.


Homem do campo que sou nunca estive habituado aos ares da cidade grande, pois tudo por lá é diferente. A começar pela agitada movimentação dos indivíduos, o barulho dos carros, o calor, e o pior é perceber no olhar das pessoas, um semblante de desconfiança, de indiferença para com os que precisam de uma simples orientação. As poucas árvores que restaram na cidade grande se vêem ofuscadas pela selva de pedra, cada dia mais imponente e colorida. Contudo, em uma das muitas visitas que fiz a cidade grande, não pude deixar de perceber que ali bem no alto da torre da velha Igreja, havia uma linda ave, de plumas albas; olhar firme e obstinada a fazer seu percurso de sempre, a saber, todas as noites, não tendo mais o abrigo das árvores que um dia ali existiram, precipita-se de uma torre à outra da cidade, como que contemplando  os telhados das muitas casas, o caminhar das pessoas, em suma tudo que seus olhos podem enxergar. É voando mais alto que se ver melhor, partindo deste principio passei a compreender o quanto aquela ave era privilegiada, mas ao mesmo tempo entendi que, cada um dia nós, que estamos neste mundo, mas não somos dele, precisamos, como aquela ave, alçar vôos cada vez mais altos, sempre com os olhos fixos no alvo que almejamos atingir, ou seja, o homem que enamorado do Criador, jamais deve se contentar com este mundo, visto que não passa de uma breve morada, mas deve concentrar seus esforços buscando sempre atingir um vôo que lhe permita contemplar plenamente o belo que é Deus.

O Eu e o Tu.

Quando pensamos sem o mínimo de reflexão a cerca destas duas palavras, tendemos a enxergar apenas os pronomes pessoais. Mas, a realidade que aqui mim proponho a apresentar, será do ponto de vista filosófico, ou seja, olhar no sentido de entendermos qual o valor e qual o sentido prático destes termos.  De inicio pensemos que não pode haver o eu sem o tu, de modo que aqui já encontramos uma intrínseca relação de dependência entre ambos. Outra forma de entendermos esta relação de dá pelo fato de estarmos sempre de costas para nós mesmos, ou seja, nunca no vemos por completo e, por isso, precisamos do olhar do outro que está fora. Logo, pode mim ver por completo. Deste modo, o eu só pode ser visto e compreendido pelos olhos do tu. Está dependência indica claramente que a posição de condicional, sem a qual jamais poderia haver relação, convivência, interação e felicidade. Não fomos feitos para a solidão, mas para interação com o meio e com os outros. O eu só encontra seu verdadeiro sentido de ser no tu e, vice-versa. Tudo isso dissemos a cerca do homem material. Porém nos cabe agora dizer do homem espiritual, pois este também encontra seu sentido numa relação de estrita dependência. De todas as criaturas de Deus, só o homem e nenhuma outra, foi dotada de razão, de modo que este uma vez sendo privilegiado, só se realiza plenamente no reconhecimento de sua natureza perecível, e passa a conferir e reconhecer em Deus a máxima natureza, a saber, imperecível, imutável, infinita. O belo de tudo isso, é que o Eu (homem) encontra seu sentido no Tu (Deus); ao mesmo tempo em que pela sua capacidade de pensar as coisas, este Eu, é orientado a louvar e dá sentido ao Deus que lhe criou para com Ele constituir relação de amor e amizade.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


                                          Τῆς Γύνῆ
                        ( Da Mulher)

         Historicamente a mulher sempre foi tida como pertencente a uma classe inferior. Nas páginas do Antigo Testamento poucas foram às mulheres que tiveram algum tipo de relevância no processo da história da Salvação. A verdade é que a mulher sempre foi taxada de impura, por ser mulher, por ser mãe e por ser filha e, se está fosse estéril ai sim a coisa seria ainda pior. Mas o fato é que, se por uma mulher o pecado entrou no mundo, é também pela mulher entra a salvação. É a partir deste ponto que se inicia o processo de resgate da dignidade da mulher. Jesus faz das mulheres suas discípulas, suas amigas. A cultura hodierna ainda reluta em conferir a mulher sua dignidade, de modo que isso acentua uma profunda contradição, ou seja, mesmo aqueles que insistem em manter uma atitude machista só o fazem em virtude das mulheres.
        Outro exemplo disto é visto na tradição judaica, que é uma sociedade altamente patriarcal. Contudo, para que um jovem seja reconhecido com um judeu, isso implica que este tenha a descendência direta de sua mãe e não do pai. No triste cenário da cruz, lá estão às mulheres e, uma de forma especial a quem Jesus se dirigiu. Para muitos neste acontecimento  Jesus teve uma atitude de desprezo para com sua mãe, mas é preciso ir mais além das palavras, pois aqui a palavra mulher é mais expressiva que mãe, porque mulher atingi um sentido universal, enquanto que o termo mãe é particular, ou seja, é justamente aqui numa situação limítrofe que se confere a mulher o mais alto grau de sua dignidade.