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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A unidade dos contrários.


É com entusiasmo que mim ponho a refletir sobre a unidade dos contrários, uma vês proposta por Heráclito de Eféso. Este autor discorreu sobre a origem das coisas a partir desta reflexão, eu o farei no intuito de encontrar a origem e sustentação da felicidade. Pois bem, dito isto, começo analisando a relação que existe entre o quente e o frio, dado que não se trata de algo material, mas, sobretudo sensível, e como tal, embora escolhamos um ao outro, estamos sempre imerso nas duas realidades. Bem assim acontece com o amar e odiar, com o sorrir e chorar, com o acolher e desprezar, curar e ferir. Pensar tais realidades, por vezes causa medo e estranheza aos que agora lêem este texto, mas o que dizer da pureza na mistura? Ou mais ainda  morte e vida? Bem sabemos que de um depende o outro, pois sine qua non, o que realmente dar sentido ao bom é o que se tem por ruim, assim acontece com o belo, quando vemos o que é feio. Quando pensamos que existe o divino, mas também o humano, logo queremos separar o que por natureza esta unido. E é natural que estejam assim, unidos, visto que sem o divino, o que seria o humano, sem o humano o que seria o divino? A busca incessante que tem o ser humano em encontrar a felicidade é quase sempre distorcida, por achar que uma realidade não depende em nada da outra, e por isso, queremos amar sem sofrer, ou conquistar algo sem renuncias. Deste modo, é urgente que pensemos no fato de quem sem morte não teremos vida. A cada um cabe harmonizar no seu interior tais realidades, tendo como meta a conquista durável deste bem precioso que é ser feliz...

domingo, 1 de agosto de 2010

Contemplando o Belo

Hoje ao acordar, desejei contemplar o belo, mas o que é o belo? Sei não, mas penso que seja o ato gerador de minha existência. Pois bem se assim é definido por mim, sei que estou mais perto do que pensei. Mas como fazer esta contemplação? Sei lá, mas acho o seguinte: a cada dia, a cada instante, a cada momento, sou tentado a ficar parado em meio ao tempo ou no meio de minha jornada, e basta alguns instantes de silêncio para sentir que tudo em mim é vida. Vida esta que brota incessante como a água de uma fonte, mas quase sempre não mim dou conta. Contudo ela continua a brotar, é isso mesmo, brota por uma ordem natural que deriva de algo bem maior, ou seja, é o belo que ali reside, que ali se manifesta mesmo em silêncio num ato de ruptura com a minha indiferença.  Digo a você que agora está a ler estas linhas, só pode contemplar o belo, aqueles que se permitem perder tempo com as coisas mais simples da vida, como por exemplo: se alegrar com o cantar de uma ave, com o sorriso de uma criança, com o cair das águas da chuva, o reflexo do céu numa simples gota de água que esta na terra.  Contemplar nada mais é dôo que um debruçar-se sobre as coisas simples e muitas vezes sem importância, para poder sentir o importante. Hoje falava com uma amiga a cerca da solidão, e entendo que a solidão é necessária a todos, pois é o que nos permite um encontro com o que temos de essencial em nós e que muitas vezes morremos sem perceber isso.  No banquete Platão diz que: “o coração é o lugar onde se gera o belo no corpo e na alma”, então o belo gerado no coração só pode ser vida e amor, logo se ainda não contemplamos o belo é porque ainda não contemplamos a vida em sua essência singela e pura.